segunda-feira, fevereiro 13, 2006

O mundo anda mal, prenúncio de guerra?

Para além de estar quase a ter uma criança, com toda a ansiedade que isso possa provocar, não me alheio ao que se vai passando pelo mundo, afectando-me directa e indirectamente.

Choveram pelos blogs, opiniões e opiniães sobre este e aquele assunto, mas de repente deixou de haver um assunto para se tornar num verdadeiro rodopio de acontecimentos um pouco por todo o lado mas que batem todos no mesmo fundo – choque civilizacional com a religião como bode e mote.

As caricaturas, que até agora a única reacção que me pareceu minimamente “concorrente” (passo a expressão livre ou não) foi a do Jornal de maior circulação no Irão contra-atacar com um concurso, abordando o Holocausto (tema discutível) em caricatura para exercitar o limite da liberdade de expressão do ocidente;

O assasinato do Padre na Turquia e onde o Papa já anúnciou a sua deslocação ao país mostrando...hum...coragem....hum....quem sabe a sua última, com toda a polémica à volta da entrada do país na comunidade eurpeia. Talvez sítio onde se possa pensar na eventual solução para o problema latente;

O julgamento da Saddam Hussein – esta (realidade) tira-me todas as palavras e argumentos. Dois advogados de defesa mortos, dois juízes – haverá dois Saddames? A derrota da democracia em evidência.

O vídeo dos Ingleses a maltratarem crianças por trás de portas. Quem me diz que não são Iraquianos vestidos à Ingleses? Não é que eu queira “defender” o que não é possível defender, mas que raio. Só agora é que se fala nisso, pós 2 anos? Desconfio logo. Todos nós sabemos da grande capacidade que existe para que um militar tenha uma atitude menos “guerreira” ( e aqui eu salvaguardo todos os que numa guerra participaram e sabem tão bem, o que é que é andar lá dentro) e passe a ter uma menos “socialmente” aceite (só esta afirmação me dá vontade de regurgitar o almoço e alimentar o cinismo, já que estamos a falar de guerra, não?) dentro do contexto de guerra.

Estes são apenas alguns dos assuntos que por aí se fala, mas estamos a esquecer África, per si um rastilho também ele prontinho a fazer sumo, só espero que não seja de sangue. África do Sul como base desse acender do fósforo. Ou a Nigéria, Angola até.

Depois temos as Américas.

Mas não me sai da cabeça, aquele senhor que há dias dizia “eu não estou a dizer que estamos perante uma pandemia das aves, mas também não vou excluir a possibilidade”. Dia para dia, vão aumentado os países com baixas e tudo isto me faz lembrar a forma como o VIH foi abordado, tão devagarinho que haverá ainda e primeiro muitas mortes até que se assuma a realidade.

Já o disse em posts anteriores, sou filha de guerra, um produto dessa realidade e quando o meu pai me diz que viverá para ver uma guerra acontecer, eu fico meio apreensiva. Será que estou no país certo para que não sinta de novo este efeito tão devastador e onde se vê de facto humanos a matarem-se uns aos outro por esta ou aquela razão – é preciso é matar para não ser morto. Não sei se estarei pronta para esta realidade. Mas também não me será dada a escolha certo

Um aparte – CNN ao vivo há pelo menos meia hora preocupada com o facto de que a Casa Branca levou 22h a comunicar ao público o acidente que o vice-presidente teve em dar um tiro a um colega numa caçada. E que soube do facto pelo jornal “Sun”.

Voltando à vaca fria.

Não estou a gostar dos sinais que andamos a ver na tv? Os sinais estão sensíveis, perigosamente reais para acharmos que isto vai passar com naturalidade. Não vão passar. Infelizmente não vão passar e se não for agora, será daqui a uns tempos, não com caricaturas mas com um pacote de esparguete que tem uma cor que é ofensiva a esta religião ou áquela política.

O absurdo é de facto o sinal mais evidente de que algo corre mal.

Sem comentários: