quinta-feira, dezembro 07, 2006

Chumbinho

9 meses
De repente a minha filha tem o seu primeiro aniversário à porta. Entre tantas coisas e curiosidades que poderei aqui partilhar, há uma que sobressai por excelência. O seu peso. E já agora altura, que nada tem a haver comigo, é mais (toda) pai.
Várias têm sido as alcunhas atribuídas, Patusca, tusca, fofa, embrulho e a mais recente CHUMBINHO. Não é gorda, não tem pregas que fazem feridas nem excesso de celulite (tenham calma porque isto quer dizer que as celulas adiposas estão ainda sub-desenvolvidas), mas pesa como chumbo. Irra. Já não se apresenta como aquele bébé indefeso, dependente e apagado que os recém-nascidos nos habituaram. Curiosa, assusta-se por ver um autocarro a passar a 100kms/h, é muito observadora, hoje sei que a minha fofa é show-off. Sabe que altera e faz parar o trânsito.
Tem sido afectuoso ver o chumbinho há 3 semanas a arriscar e a treinar os braços para se "atirar" ao gatinhar. Sem um único dente, reclama quando lhe tento dar algi mais consistente, a rapariga parece que sabe que vem aí crescimento e "deixa-me lá estar aqui que estou bem e não custa mastigar. O que parece meio irónico porque o peso dela reflecteria uma sobredosgem alimentícia. Mas explico a sua ementa:
matabicho - papa cerelac
lanche manhã - frutas com ou sem iogurte muito fat
almoço - sopa (carnes brancas, peixe e carne vermelha 1xsemana e sempre muitos vegetais)
lanche tarde -frutas com ou sem iogurte muito fat, mamada
Jantar - sopa
Ao deitar - mamada
1am - mamada
3am - mamada
5am - mamada
mimos entre refeiçoes: pão, bolacha maria, biltong (carne seca dos sul-africanso)
Esta receita fez com que a minha filha pese como chumbo. Já quase que não aguento com ela e ainda nem gatinha!!! Tudo colo. Este peso todo associado à sua descoberta de força e força de vontade ao colo dá um peso insuportável. Creiam. Não está fácil para a espinha.Para os braços, para as pernas e para as bichas que temos que apanhar.

terça-feira, novembro 21, 2006

Amor, que só o amor, sabe ser, amor!

Antes que leiam este poema, lembrem-se que não sou poeta. Este poema, ou divagação, foi escrito e dedicado ao homem da minha vida, há uns anitos quando eu ainda achava que sabia escrever alguma coisa...

Fico bêbada, anestesiada, tonta
De papo pró ar, que nem uma lontra
A beber, a sorver, a engolir
Que de tão profundo e penetrante, vou escapulir.
Fujo, quero, assusto-me e perco-me
Como jamantas que planam a profundeza do índico
À procura duma luz que só vem num outro dia.

Oh, alma, tão abarrotada de sentimento e dor
Diz-me porque é que te abriste sem pudor,
Saltas, soltas e prendes as asas
Sem que no entanto percas o medo do rumor
Da vida que te leva a temeres o teu grande amor.
Porque cantas e vagueias pelo universo,
Se as 3 Marias na láctea encontraste
Pelas autoestradas dum espaço preverso?

Tu, que apareceste sem aviso nem procura
Dás-me luz, vida e contrarias ruptura.
Tens medo, meu amor, como tens medo
Mesmo com a certeza de ficares ledo
Deitas a tua paz no leito do meu peito,
Essência do escárnio em prosa do leigo
Afastas como prova do teu amor por mim.

Alto, bonito, elegante e o charme que arrebata
Encascas, encasulas e ficas na mata
Sítio de liberdade e prisão em lata
O ferro torcido de anteriores zaragatas.
Não deixas o teu amor fluir e ser
Em pleno daquilo que mais é!
Encastelar, edificar o parecer.

Tu que me dás de beber a pureza
Me retiras o sonho e devolves a destreza
Da contradição do nascer com leveza.
Sonho, comtigo eu sonho tão alto que toco estrelas
Num cavalo branco eu monto e balanço as canelas
Pr'a lá chegar e tocar o pico com mazelas
Na vontade de percorrer as tuas veias.

Um caminho longo nos espera e espreita
O desespero de nos termos sem ter
Mãos que acariciam uma pele escorreita
Um toque de lábios que não é e diz prometer
A louca aventura de dois corpos em perfeita
Sintonia do querer!
Tu, que me dás arrepios e tocas o ser.

Acordaste o monstro romântico, de lirismos
Que jazia dormente em uma campa de rosas
Vivas, cheias de cor na marezia, eufefismos
Da própria metáfora, me sentes nas costas
Um arrepio frio de tanto aquecer
Que água fria só faz pior o adormecer
Do monstro que apenas jazia.

Este talvez o primeiro poema do infinito
Porque o que sinto, libertado
Dumas garras liberadas do labirinto
Fazem terminar a ligeireza do apertado da caneta
Um mero instrumento de passagem à outra margem.
Comtigo, tu que apareceste, me deste o
AMOR, QUE SÓ O AMOR, SABE SER AMOR!

sexta-feira, novembro 17, 2006

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

Tenho vontade de postar, de escrever. Falta-me muito este espaço mas zzzzzzzzzzzzz zzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzz!

sábado, outubro 14, 2006

Podes-me dar um cigarro?

Fui há dias ver o "Separados de Fresco" com o Vincente V., e a Jennifer (decididamente homem e mulher falam línguas muuuuuito diferentes) e em pleno cinema Xenon (que vai perder a sua já pouca clientela já que vão abrir em breve 9 salas de cinema num shopping novo (Maputo é hoje uma outra cidade por completo) e aproxima-se um rapaz, moçambicano com os seus 25 anos, bem vestido (colete azul, camisa branca, calça preta e sapatos com ponta quadrada) que me fala da seguinte forma, no intervalo (Moçambique goza duma lei que permite o intervalo!!) do filme:

"Boa noite! Podes-me dar um cigarro? É que deixei os meus lá em cima, é para não ter que subir as escadas".



Mais não digo.

sexta-feira, outubro 13, 2006

"Zombie" no feminino

Fez há dias 7 meses que me nasceu uma filha, daí até hoje, tive pela primeira vez esta noite 6 horas seguidas a dormir. Das 23h às 05h. Nada mau, nada mau. Sensação estranha, não acordei, não dei de mamar nem ouvi um piozito que fosse. Só dormir, dormir, dormir. Tantas horas. Um luxo. Um previlégio. Uma vontade desesperada. Um fruto proibidíssimo.
Quando acordei, em pânico (tal é a falta de sono) sinto um corpo privado de vida, de força anímica. Prostrada no colchão achei em confusão que tinha dado de mamar, que tinha acordado.
Já não sei o que é real.