terça-feira, novembro 21, 2006

Amor, que só o amor, sabe ser, amor!

Antes que leiam este poema, lembrem-se que não sou poeta. Este poema, ou divagação, foi escrito e dedicado ao homem da minha vida, há uns anitos quando eu ainda achava que sabia escrever alguma coisa...

Fico bêbada, anestesiada, tonta
De papo pró ar, que nem uma lontra
A beber, a sorver, a engolir
Que de tão profundo e penetrante, vou escapulir.
Fujo, quero, assusto-me e perco-me
Como jamantas que planam a profundeza do índico
À procura duma luz que só vem num outro dia.

Oh, alma, tão abarrotada de sentimento e dor
Diz-me porque é que te abriste sem pudor,
Saltas, soltas e prendes as asas
Sem que no entanto percas o medo do rumor
Da vida que te leva a temeres o teu grande amor.
Porque cantas e vagueias pelo universo,
Se as 3 Marias na láctea encontraste
Pelas autoestradas dum espaço preverso?

Tu, que apareceste sem aviso nem procura
Dás-me luz, vida e contrarias ruptura.
Tens medo, meu amor, como tens medo
Mesmo com a certeza de ficares ledo
Deitas a tua paz no leito do meu peito,
Essência do escárnio em prosa do leigo
Afastas como prova do teu amor por mim.

Alto, bonito, elegante e o charme que arrebata
Encascas, encasulas e ficas na mata
Sítio de liberdade e prisão em lata
O ferro torcido de anteriores zaragatas.
Não deixas o teu amor fluir e ser
Em pleno daquilo que mais é!
Encastelar, edificar o parecer.

Tu que me dás de beber a pureza
Me retiras o sonho e devolves a destreza
Da contradição do nascer com leveza.
Sonho, comtigo eu sonho tão alto que toco estrelas
Num cavalo branco eu monto e balanço as canelas
Pr'a lá chegar e tocar o pico com mazelas
Na vontade de percorrer as tuas veias.

Um caminho longo nos espera e espreita
O desespero de nos termos sem ter
Mãos que acariciam uma pele escorreita
Um toque de lábios que não é e diz prometer
A louca aventura de dois corpos em perfeita
Sintonia do querer!
Tu, que me dás arrepios e tocas o ser.

Acordaste o monstro romântico, de lirismos
Que jazia dormente em uma campa de rosas
Vivas, cheias de cor na marezia, eufefismos
Da própria metáfora, me sentes nas costas
Um arrepio frio de tanto aquecer
Que água fria só faz pior o adormecer
Do monstro que apenas jazia.

Este talvez o primeiro poema do infinito
Porque o que sinto, libertado
Dumas garras liberadas do labirinto
Fazem terminar a ligeireza do apertado da caneta
Um mero instrumento de passagem à outra margem.
Comtigo, tu que apareceste, me deste o
AMOR, QUE SÓ O AMOR, SABE SER AMOR!

1 comentário:

Claudia Ganhao disse...

Ao verdadeiro Amor!