Foi em Montepuez que há uns anos quando lá fui em trabalho, pouco antes das mortes na prisão, que senti na pele a grande diferença entre a comunicação e a informação. Com um simples gesto, de um andante que me vê a passar lentamente na ponte, porque ali se encontrava ainda uma mina, homem comido pelo sol e pelo tempo. O gesto que comunicou uma simpatia natural a informação de me dizer olá.
Não consegui dizer a idade dele, não é fácil. Mas pela pele senti-o já sábio. De quê? Não sei, da vida. Da vida dele, ali naquela vila tão longe de tudo, de todos.
Porque me quis este homem cumprimentar, porque senti eu tanta humanidade neste coração por um estranho que na certa não mais o verei.
Não pediu nada, acho que nem sequer sabe o que isso quer dizer, não o pratica porque leva a vida que leva. Na altura em que lá fui, não havia televisão. Só rádio. E o jornal lá deve chegar a custo e com dias de atraso.
Foi em Montepuez que me assolou o desgaste da informação a que estou sujeita e mais não sei viver sem ela. Mesmo que nada comunique, que nada me diga.
Dou por mim a discutir planos de comunicação que possa passar uma qualquer mensagem e venda, venda algo de preferência a informação.
Mas este processo não é nem simplista nem básico, não pensem.
Além dos noticiosos daqui, fazem parte quase diária da minha leitura, muitas vezes na diagonal (a falta do tempo...) a CNN, BBC, Sky News, Euro News, Rtpi e até a de Angola.
É aqui que começa a complicar.
Foi em Montepuez, que senti também que no dia-a-dia, de nada vale estarmos tão informados, senão pelo poder da informação, que nos permite acompanhar e até liderar uma conversa, uma defesa, um argumento o respeito até. Mas é acima de tudo pelo poder. Alguns psicólogos destes países assumem que não temos a capacidade de tanto reter nem – o mais grave – analisar.
O homem de Montepuez passou-me a informação de que no parar conseguimos andar. Quando me olha com aqueles olhos mais que profundos, negros e cheios senti vontade de parar, deixar entrar a comunicação dele na minha. Os pneus do Defender erama única fonte sonora. Caso contrário teria feito mais barulho aquele cumprimento de sorriso aberto, incondicional, feliz por existir dum homem que já estava no seu caminho e não se moveu dele.
Foi em Montepuez que aprendi a ouvir o silêncio.
Não consegui dizer a idade dele, não é fácil. Mas pela pele senti-o já sábio. De quê? Não sei, da vida. Da vida dele, ali naquela vila tão longe de tudo, de todos.
Porque me quis este homem cumprimentar, porque senti eu tanta humanidade neste coração por um estranho que na certa não mais o verei.
Não pediu nada, acho que nem sequer sabe o que isso quer dizer, não o pratica porque leva a vida que leva. Na altura em que lá fui, não havia televisão. Só rádio. E o jornal lá deve chegar a custo e com dias de atraso.
Foi em Montepuez que me assolou o desgaste da informação a que estou sujeita e mais não sei viver sem ela. Mesmo que nada comunique, que nada me diga.
Dou por mim a discutir planos de comunicação que possa passar uma qualquer mensagem e venda, venda algo de preferência a informação.
Mas este processo não é nem simplista nem básico, não pensem.
Além dos noticiosos daqui, fazem parte quase diária da minha leitura, muitas vezes na diagonal (a falta do tempo...) a CNN, BBC, Sky News, Euro News, Rtpi e até a de Angola.
É aqui que começa a complicar.
Foi em Montepuez, que senti também que no dia-a-dia, de nada vale estarmos tão informados, senão pelo poder da informação, que nos permite acompanhar e até liderar uma conversa, uma defesa, um argumento o respeito até. Mas é acima de tudo pelo poder. Alguns psicólogos destes países assumem que não temos a capacidade de tanto reter nem – o mais grave – analisar.
O homem de Montepuez passou-me a informação de que no parar conseguimos andar. Quando me olha com aqueles olhos mais que profundos, negros e cheios senti vontade de parar, deixar entrar a comunicação dele na minha. Os pneus do Defender erama única fonte sonora. Caso contrário teria feito mais barulho aquele cumprimento de sorriso aberto, incondicional, feliz por existir dum homem que já estava no seu caminho e não se moveu dele.
Foi em Montepuez que aprendi a ouvir o silêncio.
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