quarta-feira, junho 22, 2005

Racismo, na realidade não existe

Não tenho hoje, depois de ter conhecido vários povos, várias culturas, vários países que o racismo na sua génese é fruto de um cinismo conveniente, especulativo e acima de tudo uma arrogância cultural com base no próprio sub-desenvolvimento, manipulado pelo desenvolvimento e com benefícios menos generalistas.

Eu para conseguir conceber ser racista de uma outra raça terei que admitir que terei a mesma atitude perante características da minha própria raça.

Senão vejamos, o que nos torna racistas não pode ser a cor de uma pele, porque a cor não faz nada a ninguém. Não provoca nenhuma reacção. É claro baseada em carcaterísticas sociais e culturais.

É a pura exploração dos menos informados.

Tenho para mim que a política veio criar distorções no seio dos humanos. O lado da política que nunca foi abordado.

É como justificarmos até à medula porque é que uma pessoa assasinou alguém, invariavelmente com origens em infâncias menos equilibradas, violência doméstica, alcolémia, famílias desenraizadas, ou simplesmente tem tendências para...etc. Mas o certo é que essa pessoa matou outra (s) e toda a sua justificação não retira o ato cometido.

A política forneceu campo para que todos tenhamos a capacidade de ser cinicos com aceitação resignativa dos seus atos. Racismo idem.

Eu juro que tento manter as minha divagações curtas e recheadas, mas há assuntos em que não dá e corremos o risco.

5 comentários:

Pitucha disse...

O medo que as pessoas têm dos "outros diferentes" provoca toda uma série de reacções negativas que se acentuam em momentos de crise, de depressão. Chame-se-lhe racismo, xenofobia, discriminação...
É uma atitude irracional e ilógica mas que não deve ser ignorada sob pena de se atingir contornos inaceitáveis. Aqui por estas bandas estamos a viver momentos desses: porque achas que não querem a Turquia na União? Não ouves, no dia a dia, dizer que é porque a Turquia ainda tem probemas com a democracia e o respeito dos direitos humanos! Ouves dizer que é por eles serem muçulmanos!
Tens razão, os blogues e os comentários não permitem aprofundar questões complexas como estas!
Beijos e boa festa da independência.

Madalena disse...

Relativamente ao medo provocado por aparências diferentes, ele persiste na aparência, não só da cor da pele, mas também na maneira como as pessoas se vestem. Neste momento há outro factor: a meniera como falam: Se não for o português de Portugal, mas se soar a outra lusofonia, as pessoas amedrontam-se. Mas, sejamos justos, a Comunicação Social tem contribuído bem para este medo colectivo.
Mil beijinhos e um lamento de vivermos numa sociedade tão imperfeita do ponto de vista da verdadeira humanidade, aquele "item" que se perde nas cores da pele, das roupas, dos trapos, das falas...

Passada disse...

VEXAS, as duas. Olá, boa noite e obrigada por não terem "crises" de abordarem este tema que interessa a tão poucos e que tanto se fala e pratica. Muitas vezes no seio das nossas próprias famílias, e atenção que não me refiro apenas a cor de pele, mas também e por exemplo a doenças mentais dos humanos. Explico: se um amigo nosso sujar a carpete com sangue porque tem o fígado doente, temos imensa pena e ajudamos; se for um doente mental a estragar alguma coisa já temos uma reacção de repúdio, vergonha e de rejeição.
ISTO ESTÁ TUDO TROCADO!!!!
Beijos pa duas.

Unknown disse...

racismo é capaz de não existir.. mas existe... vaidade e a vontade de rebaixar os outros, devido as próprias inseguranças, que fazem parte dos humanos.

Passada disse...

Olá Carlos,
O trocadilho do título foi para provar na minha divagação de que para o sermos com outros teremos de ser coma nossa espécie.
Mas claro que existe, e muito infelizmente.
Obrigada pela visita