quinta-feira, janeiro 06, 2005

Ponta do Ouro

Bom dia a todos e todas. Não irei relatar o meu fim de ano, apesar de ter sido algo inédito dado que terá sido a primeira vez onde não presenciei o "countdown" nem dos minutos nem dos segundos. Passei a meia a noite a comer o bacalhau à brás que mui simpaticamente sugeriram que fizesse. Como devem perceber e para o bacalhau estar "fresquinho" precisamente à meia noite, teve o seu início às 22h00. Consegui tomar banho eram 23h45. Mas a bem da verdade e com toda a modéstia estava bem saboroso depois de um dedo cortado e uma bolha. Vê-se mesmo que tenho empregadas! Vamos no entanto às características de interesse do sítio além da sua beleza natural e que sejam também novoidade para quem lê. A primeira e que salta logo à vista, Ponta do Ouro é uma cidade relativamente protegida para quem tem 4x4, e quando por lá circulamos só vemos 4x4, motoquads de todos os feitios e tamanhos, ao ponto de vermos putos e pitas com menos de 10 anos em cima de motorizadas, sem capacete. A curtirem os melhores momentos da vida deles, decerto. Segunda questão, prende-se com o tamanho da cidade e contornos de vila. Disseram que a Ponta do Ouro estava cheia e eu vou-me rindo, pois ainda assim e na praia protegida sem vento, lá consegui ter a Zaca a correr por todos os lados e a chatear tudo quanto era quadrúdepe um pouco maior. A minha Zaca fartou-se de namorar e ninguém achou isso desmoralizante, até se riam. Deve ser por ser cadela. São os dias em que os estabelecimentos comerciais fazem receita. Mas choveu maningue no 31 para 01 e isso provocou o esvaziar da praia. Vamos à terceira questão e que a mim me toca particularmente. Civismo espontâneo. Quer acreditem, quer não vemos uma série de pessoas de todos os tipos, e todos sabemos que os boers são broncos e de goela larga, onde numa "cidade" não existe um polícia que seja (não vim nem um cinzentinho) todo o mundo cumpre com regras cívicas. Tenho de o dizer não vejo ninguém a cuspir para o chão, e a malta convive numa harmonia de respeito pelo vizinho que agrada. É preciso dizer que a Ponta do Ouro é património mundial, por isso protegido e a penúltima vez que lá estive, no tempo das cheias aqui, tive envolvida numa cena de protecção de praia e suas psicinas naturais, porque os boers levavam para lá os seus 4x4 sem piedade da vida marinha existente e minúscula. Eu, uma amiga minha, o embaixador francês da altura e mais uma pessoa. Hoje não é permitida a circulação de viaturas na praia. Hoje existe uma zona onde todos os barcos e motas de água embarcam e desembarcam e vivem em igual parceria com os banhistas. Impressionante. A quarta questão prende-se com as mansões que por lá já há. Não exagero na comparação com Miami, mas só porque o que existe à volta carece de estrutura comparativa. É que não existe estrada, os relvados ainda por serem organizados, os espaços urbanos arrumados. Mas não vi lixo como vi há uns anos aqui em Maputo. Mas que existem casas boas por lá, santa maria dos azuleijos, existem. Umas perto da praia, tipo beach front de madeira e a um preço de meio milhão de dólares americanos! Por último a questão de que e a fazer parecer a Mozal, todos andam de calções, e assim desde o presidente Mário Maxungo ao office boy duma qualquer empresa se mistura, conversa, partilha os mesmos espaços e gostos. Não há muito espaço para formalidades. Assim passamos o fim de ano de t-shirt, calções e pé descalço porque fez uma caloraça terrível. Os níveis de humidade exagerados e o resultado foram 5 dias a não conseguir dormir. Tentem imaginar adormecer com o cabelo molhado, banho frio tomado e uma toalha molhada no peito, só para conseguir fechar a pestana. Estava uma brasa. Ponta do Ouro é a terra para o mergulho e ver aquele que é considerado um dos mais bonitos mares do mundo sub-aquático pela sua riqueza do índico. Depois da meia noite resolvemos sair até à confusão e acabámos na Florestinha, onde todo o mundo entra sem pagar e tem esplanadas enormes ao ar livre e discoteca. Não há stock de gelo que aguente tanta gente. A Ponta do Ouro encontra-se a 120 kilómetros de Maputo, por picada. Existe um troço de alcatrão com cercae de 3 ou 4 kms and that is it. Resto é areia, possas, mato puro onde se passa pela reserva dos elefantes e que é preciso ter cuidado porque estes não são domesticados como os do Kruger Park e o nosso regresso ficou marcado pelo reboque do segundo 4x4 do grupo e que a 3 kms da Ponta do Ouro parou, assim mesmo e uma viagem que devia ter levado 3 horas levou 6, até chegarmos à Catembe. Aventura completa quando se viaja com 4 putos onde a mais velha tinha 10 anos. Foi delicioso mas já acabou, agora de volta à labuta. A todos um bom 2005.

6 comentários:

Carlos Gil disse...

Fabulosa descrição. Tomo a liberdade de linkar este post, ok?

Nelson Reprezas disse...

Fizeste-me saudades... aquela parte do reboque e de adormecer com o cabelo molhado é que nem por isso :)))
Beijos

Passada disse...

C.Gil: Claro sem problemas. Gostava era de saber qual o seu blog para o ver. E obrigada pelo seu elogio. Mesmo assim deixei "imagens" de fora, como as águas transparentes e sem alcatrão. Tornava-se extensivo.
Espumante: A coisa mais gira foi descobrir que o Toyota Prado 3000 turbodiesel é uma grande bomba, qual cabine dupla, que o Sorento Kia para ao fim de uma ano de existência e que mesmo estando enferrugada nestas lides, ainda vou tendo a capacidade coordenadora para orientar estas coisas. Sempre com a ajuda preciosa dos empregados. Bjos

Carlos Gil disse...

O meu blog é o "Xicuembo". Aqui vai o link, digo, os links, pois ele mudou de servidor há uns tempos:
Xicuembo 1: http://xxx.blogs.sapo.pt/
Xicuembo 2: http://novoxicuembo.blogspot.com/

Unknown disse...

Pois é, pois é... também eu passei várias passagem do ano na Ponta do Ouro... sempre a abrir!!!! não é verdade Carlos Gil? :)
Fotos da Ponta do Ouro podem ver em www.mocambique1.blogs.sapo.pt e seua blogs associados
Que saudades!!!!!

Anónimo disse...

Sim, provavelmente por isso e