Não, não é caspa, mas é uma boa forma de lembrar.
A oitava conferência do sector privado realizada passados 3 dias, no centro de conferências Joaquim Chissano. Monumento edificado por chineses. Em 1994 voltei eu para Moçambiquem vinda de Lisboa e um ano depois o sector privado começa a organizar-se. Participei em todas menos as últimas duas. Esta decidi voltar, por fazer parte do sector privado "penalizado", dois temos um presidente cessante e eleições à porta. Foram 3 dias recheados de supresas, nomeadamente pela sua organização que a meu ver está sinceramente melhorada, pela adesão do próprio sector cerca de 700 pessoas, pelas actividades. Painéis de um nível a que não estava habituada e por lá passaram palestrantes que começaram na Primeira Ministra Luisa Diogo e acabaram no Channing Arndt da Purdue University.
O sector privado colocou os doadores na boca do lobo, o governo a prestar contas e ofereceu a primeira formiga, a Joaquim Chissano, o símbolo que irá agora representará a CASP através do seu prémio anual. A solidariedade foi o tema da formiga e da conferência: melhores empresas, mais empresas.
Do negativo, podemos dizer que estamos a levar muito tempo para ver mudanças significativas por parte do governo, sabiamente defendido pelo presidente cessante Joaquim Chissano, através do caminho que tem de se percorrer para se chegar a uma solução eficaz, talvez o desespero que não foi suficientemente "descarregado" nestes 3 dias e ainda a falta de maturidade por parte do factor humano. A ameaça por parte dos doadores, caindo infelizmente em
contradições defensivas, dado que o interesse na mudança da política existe justificando assim a entrada para o governo das doações.
Do positivo, digamos que o BIM lançou a ideia de se criar um instituto tipo IAPMEI, para se apoiar as PME's (sinceramente só não sei se já estamos classificados...), a pressão foi feita para que as doacções sejam feitas ao sector privado também, com programas a serem criados, o interesse, a organização, a sensação de esperança que se vai mantendo. A abordagem feita pelo economista Roberto Tibana quanto à definição da política de doação por parte dos doadores, quiça não ser do interesse público ou do sector privado. Este começa a ter o seu peso, finalmente. A discussão está lá, mas ainda um caminho longo a percorrer.
Mesmo que uma grande parte já tenha transferido o seu investimento para Angola, que parece estar a andar um pouco mais depressa do que nós aqui em Moçambique.
O presidente Joaquim Chissano fez a sua última visita oficial nesta conferência e apesar de nos ter feito secar quase uma hora à espera, teve o seu tempo de despedida que será sempre saudosa pela sua diplomacia, humor inteligente e com certeza o algo que não fez e devia ter feito.
Tenho de confessar que já estive mais vezes com o presidente Joaquim Chissano do que alguma vez tive com o Jorge Sampaio. Este é um factor próprio de Moçambique, temos um acesso mais directo aos decision makers.
Para quem tiver interesse em ver os papers desta conferência, pode visitar o site da CTA: www.cta.org.mz
sexta-feira, outubro 29, 2004
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