Pensei não o partilhar, mas depois e pelas circunstâncias adjacentes decidi. Sou assim. Restaurante Costa do Sol é um restaurante muito antigo, lembro-me quando ainda 9 anos de idade os meus pais iam lá jantar e depois de comer ao som dos blá-blá dos adultos meu pai juntava duas cadeiras e adormecia em cima até que se decidissem ir para casa. Esta coisa de jantares de adultos era uma seca. Esta noite eramos 6 pessoas, bom camarão, excelente vinho branco sul africano Boschendal Blanc de Blan, um pão de alho. Estava cheio como não me lembro de ver assim o Costa do Sol, uma arquitectura da belle-epoque, lindíssimo e ainda nas mãos da mesma família grega ao que conheço o Manuel. Passados uma catrafada de anos no tempo caiu sobre mim uma saudade do meu pai, da minha mãe, desses tempos em que nada havia e Samora Machel reinava. Sem qualquer tipo de controle possível comecei a chorar que nem uma Madalena (desta vez não foi de propósito mas ajuda...), descontrolada pela emoção. Um mundo inteiro à volta e não permiti perguntas porque o que eu chorava era sem dúvida alguma a riqueza que tenho que é a de ter o melhor pai deste mundo e a mãe mais doce que se podia pedir. A voçes um beijo grande da filha que vos ama muito.
segunda-feira, dezembro 13, 2004
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Um beijinho e um ombro! É o que te posso oferecer!
Além do meu nome para termo de comparação. O que, aliás, me lisonjeia!
(Mas olha que o melhor pai do mundo é o meu!)
Já te imagino a sorrir, entre as lágrimas.
Sim há gestos e dizeres que nos fazem sorrir o teu sentido de humor é um deles, bem hajas.
Neste ponto, só posso concordar contigo : tens, efectivamente, o melhot pai do mundo........ muitas gerações de camarões comidas (oh vil tragédia no seio das famílias camaroneanas.....), muita dispersão geográfica, muito mar, muita Lisboa, muito Maputo, muito vida.... Vidas que, sem dúvida, nos preenchem de saudades indefinidas. Algumas, porem, bem definidas : de ti, mana passada.
Um beijao.
Enviar um comentário