quinta-feira, julho 15, 2004

Atchim

Fung, fung. E nasci, com uma formato de A5, pequenina, quadrada a uma cor e a falar inglês. Cheia de publicidade e acontecimentos meio religiosos meio de moral. Para uma comunidade que só fala esta língua simples, saxónica directa e sem a musicalidade do latim. Tenho 12 páginas e marcou este acontecimento a vinda do Will Smith a Maputo estrear o filme dum pugilista de outros tempos. Já lá vai o remoto ano de 2001, no mês das mentiras e fui cair no colo da minha produtora de hoje, literalmente. Nem imaginam, como ela reagiu. Olhou para mim, com aqueles olhos fotográficos e de grande observação e disse "What a cute little magazine you are, yes I will most gladly draw you a cover". E assim começou o meu caminho com a produtora que então não achou piada nenhuma ao inglês, numa terra onde o português também é mal falado, entendido e principalmente percebido. Eu fiquei bastante contente, porque a produtora deu-me muita vida, levou-me a imensos sítios e eu podia falar aos leitores e conviver com eles. Daí para a frente, as minhas criadoras uma americana e outra canadiana, perderam o rasto da minha existência, porque devagarinho comecei a falar português e iniciei nas minha páginas uma vivência da cidade que me alberga. Maputo. Nesta altura, havia uma revista TEMPO que já existe há 34 anos e que hoje faço grandes homenagens a ela, a AGORA que passou para nunca e a NEXT que nunca foi. Nada mais. Um diário e dois semanários. Só. Em 5 meses a minha produtora, uma chata, passou-me a capa para 4 cores e aumentou-me as páginas. Eu estava a crescer.

Sem comentários: